Produção em queda, clima adverso e demanda crescente impactam o mercado global
O café, uma das bebidas mais consumidas no mundo, está mais caro em 2025, pesando no bolso dos consumidores. O aumento nos preços pode ser observado tanto no café em grãos quanto no pó e nas xícaras servidas em cafeterias. Mas o que está por trás dessa alta?
Especialistas apontam três fatores principais: problemas climáticos que afetaram a produção, aumento da demanda global e instabilidade econômica nos países produtores.
Mudanças climáticas e safra reduzida
Os principais produtores de café no mundo – Brasil, Vietnã, Colômbia e Etiópia – enfrentaram dificuldades climáticas nos últimos anos. No Brasil, maior exportador mundial, ondas de calor, secas severas e chuvas irregulares prejudicaram a produção. Com uma oferta menor de grãos no mercado, os preços naturalmente subiram.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a produção nacional teve uma queda de cerca de 15% em comparação ao ano anterior. A escassez também impactou os estoques internacionais, elevando os preços no mercado global.
Aumento da demanda global
Ao mesmo tempo, a demanda por café continua crescendo, especialmente em mercados emergentes da Ásia. Países como China e Índia, tradicionalmente consumidores de chá, estão adotando o café como uma bebida popular, impulsionando a procura e, consequentemente, os preços.
Nos Estados Unidos e na Europa, a popularidade dos cafés especiais e sustentáveis também contribuiu para a valorização do grão. O interesse por produtos premium e de origem controlada faz com que os preços aumentem ainda mais.
Câmbio e custos de produção em alta
Outro fator que influencia o preço do café em 2025 é a alta dos custos de produção. Fertilizantes, transporte e mão de obra ficaram mais caros, pressionando os produtores a repassarem os aumentos para o consumidor final. Além disso, a instabilidade econômica em países produtores, como a desvalorização do real frente ao dólar, também encareceu as exportações.
Segundo analistas do setor, a combinação desses fatores pode manter o café caro ao longo do ano, com chances de novas altas caso a oferta não se estabilize.
O café vai continuar caro?
A expectativa é que os preços se mantenham elevados até que a produção se recupere, o que pode levar pelo menos dois anos. Especialistas recomendam que consumidores fiquem atentos às variações e considerem alternativas, como explorar marcas nacionais e cafés de diferentes regiões.
Para os amantes da bebida, o cenário é desafiador. Mas, mesmo com os preços altos, o café segue sendo essencial no dia a dia de milhões de pessoas.
