Mulheres criam comunidades fortes no setor moveleiro e ganham destaque na Fimma 2025

A Fimma Brasil 2025, uma das maiores feiras do setor moveleiro do mundo, que acontece de 4 a 7 de agosto em Bento Gonçalves (RS), será palco de um movimento cada vez mais representativo: o protagonismo feminino na cadeia moveleira. Com a expectativa de reunir mais de 15 mil visitantes e movimentar cerca de R$ 1,74 bilhão em negócios, a feira destaca a força de mulheres que atuam nas áreas de marcenaria, arquitetura, indústria e gestão.

Este ano, o evento terá espaço ampliado para projetos, empreendedoras e líderes femininas que estão redesenhando o setor com inovação, criatividade e inclusão. Entre as atrações estão Lumberjills, Meu Marido Marceneiro, Priscilla Bencke e o projeto Indústria Delas, iniciativas que mostram que o lugar da mulher é onde ela quiser – inclusive nas oficinas, fábricas e estúdios de criação.

Indústria Delas: capacitar para transformar

Com curadoria do Simecs (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul e Região), o projeto Indústria Delas marca presença na Fimma com painéis sobre mulheres que venceram barreiras em áreas tradicionalmente masculinas.

Cintia Buzin, diretora da Metalúrgica Buzin e do Simecs, ressalta que a Serra Gaúcha tem 27% de participação feminina nas indústrias metalmecânicas, acima da média nacional de 24%. “O projeto busca capacitar, inspirar e criar conexões para que as mulheres permaneçam e cresçam nas indústrias”, afirma.

Além de Cintia, o painel contará com nomes como Aline Eggers (CEO da Fruki Bebidas), Lisiane Kunst (executiva da Artecola e fundadora da Kubo Consultoria) e Maristela Cusin Longhi (Multimóveis).

Lumberjills: marcenaria com propósito e liberdade

Referência nacional, a Lumberjills surgiu da inquietação e paixão das empreendedoras Letícia Piagentini e Fernanda Sanino por marcenaria. O projeto, que começou como um espaço de criação e comunidade, hoje movimenta oficinas próprias, redes sociais e uma base crescente de mulheres que querem “colocar a mão na massa”.

Na Fimma, Letícia e Fernanda serão embaixadoras da marcenaria feminina e participarão da Praça de Inovação, onde vão compartilhar sua trajetória. “A visibilidade da Fimma fortalece nosso trabalho e mostra que marcenaria pode – e deve – ser mais inclusiva”, destaca Letícia.

Meu Marido Marceneiro: mais que um fenômeno digital

Com mais de 1,1 milhão de seguidores no Instagram, o projeto Meu Marido Marceneiro é liderado por Ana Boaventura e Bernardo Costa, e tem papel importante na disseminação do conteúdo técnico e empreendedor nas redes. Ana é quem comanda a gestão e a criação de conteúdo da marca, e vê um crescimento expressivo de mulheres no segmento.

“A gente vê muitas mulheres empreendendo, aprendendo a usar ferramentas, conciliando marcenaria com maternidade e vida pessoal”, afirma. Ana e Bernardo farão uma palestra sobre tecnologia aplicada à marcenaria, apontando caminhos para o crescimento sustentável e competitivo.

Priscilla Bencke: neuroarquitetura com olhar humano

Arquiteta, mentora e autora do best-seller Ambientes que Inspiram, Priscilla Bencke trará à Fimma 2025 o olhar estratégico da neuroarquitetura, abordagem que une arquitetura e neurociência para criar espaços mais funcionais e emocionalmente saudáveis.

Cofundadora da NeuroArq Academy, Priscilla destaca que 98% de seu público é feminino, e vê nas mulheres uma força crescente para transformar o design com mais propósito e empatia. “Mas ainda há barreiras. Muitas profissionais enfrentam dificuldade de precificar, se posicionar e valorizar seu trabalho. Isso ainda é reflexo de fatores culturais que precisam ser desconstruídos”, alerta.

Uma nova marcenaria: mais diversa, acessível e conectada

A presença feminina na Fimma 2025 reflete uma mudança que vai além dos estandes: é um movimento de transformação social, econômica e simbólica. As mulheres não estão apenas ocupando espaço — estão criando novos caminhos e referências dentro do setor moveleiro. Seja com ferramentas nas mãos, nos bastidores da gestão ou na concepção de projetos, elas reafirmam diariamente que a marcenaria, a indústria e o design são territórios possíveis e legítimos para todas.

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