Atos em defesa do ex-presidente e contra o STF aconteceram em Recife, São Paulo, Goiânia, Belo Horizonte e outras cidades

Milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às ruas neste domingo (3) em diversas cidades do país para participar de manifestações organizadas por grupos conservadores, parlamentares aliados e líderes religiosos. As mobilizações tiveram como foco a defesa de Bolsonaro, críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e pedidos de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

De Norte a Sul do Brasil, as manifestações foram marcadas por bandeiras do Brasil, cartazes com frases contra o Judiciário e cânticos religiosos. Os atos ocorreram majoritariamente de forma pacífica e contaram com forte engajamento nas redes sociais ao longo do dia.

Recife reuniu um dos maiores públicos

Na capital pernambucana, o protesto na Avenida Boa Viagem teve início por volta das 10h e reuniu, segundo os organizadores, cerca de 15 mil pessoas. A manifestação foi liderada pela deputada federal Clarissa Tércio (PP-PE) e pelo deputado estadual Joel da Harpa (PL-PE).

“Não vamos aceitar que calem a voz do povo conservador do Brasil. Bolsonaro representa milhões que ainda acreditam na pátria, na família e em Deus”, declarou Clarissa, sob aplausos.

O protesto foi pacífico e contou com reforço da Polícia Militar, sem registro de incidentes.

Avenida Paulista volta a ser palco do bolsonarismo

Em São Paulo, a manifestação ocorreu na Avenida Paulista e também reuniu milhares de apoiadores. Faixas com os dizeres “Bolsonaro inocente”, “STF inimigo da liberdade” e “Queremos anistia já” dominaram a paisagem da principal via da capital paulista.

Estiveram presentes os deputados federais Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além do pastor Silas Malafaia. Em discurso, Malafaia afirmou:

“Estamos enfrentando uma ditadura de toga. O povo brasileiro acordou e não vai aceitar que prendam quem pensa diferente”.

A organização estimou público em torno de 25 mil pessoas. A Polícia Militar, até o fechamento da matéria, não divulgou números oficiais.

Goiânia e Belo Horizonte também registraram protestos

Em Goiânia, a concentração ocorreu na Praça Cívica, com estimativa de cerca de 10 mil pessoas. O evento teve participação de políticos locais, além de caravanas vindas de cidades vizinhas. O tom dos discursos foi semelhante ao das demais cidades, com duras críticas ao STF e defesa do ex-presidente.

Já em Belo Horizonte, a Praça da Liberdade foi o ponto de encontro dos manifestantes, que marcharam pelas ruas do centro da capital mineira. Segundo os organizadores, 8 mil pessoas participaram do ato. Um dos destaques foi a presença do deputado estadual Bruno Engler (PL-MG), que afirmou:

“Bolsonaro não está sozinho. Nós estamos aqui para dizer que essa perseguição tem prazo de validade. 2026 está chegando”.

Mobilizações em outras cidades

Além das capitais citadas, houve atos em Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Belém, Manaus e Brasília. Em todas elas, o padrão se repetiu: faixas e camisetas com frases religiosas, críticas ao STF, apoio à inelegibilidade de Lula e exaltação a Jair Bolsonaro.

As redes sociais também funcionaram como principal canal de mobilização e divulgação dos protestos. As hashtags #BolsonaroInocente e #BrasilComBolsonaro lideraram os trending topics no X (antigo Twitter) durante toda a manhã e início da tarde.

Estratégia de reconstrução política

Os protestos deste domingo são parte de uma nova ofensiva da base bolsonarista para reerguer a imagem do ex-presidente, que se tornou inelegível em 2023 por decisão do TSE. A estratégia, segundo aliados, é manter Bolsonaro como símbolo da direita até as eleições municipais de 2026, quando o grupo pretende ampliar sua força política.

A mobilização nacional deste domingo é vista como um termômetro da capacidade de organização e de resistência do bolsonarismo fora do poder executivo federal.